Ah, a aventura de ter um cão que nos desafia, é como começar o que pensavas ser uma caminhada casual, para perceberes que estás, na verdade, numa missão de sobrevivência. Sim, é isso que significa ter um cão — às vezes uma bênção, às vezes uma maldição, muitas vezes ambos, mas sempre uma lição “disfarçada”. 😁
Quando recebemos aquele peludo pela primeira vez e olhámos para aqueles olhinhos melosos e cheios de futuro, enchemo-nos de esperanças e sonhos! Imaginávamos passeios tranquilos, noites aconchegados no sofá e aquelas selfies idílicas para o Instagram 😜 Aquelas em que o teu cão olha carinhosamente para ti, como se dissesse: "És a melhor coisa que me aconteceu." Mas a realidade tem outros planos. Em vez de focado em ti, o mais provável é que ele esteja mais interessado no teu sofá, nos teus sapatos, ou nas roseiras preciosas do teu vizinho. 🙈 E isto é só o começo... 😬
No início, fingimos que está tudo bem. “Está tudo ótimo,” dizemos, enquanto seguramos na trela, o melhor que podemos, como se a nossa vida dependesse disso! Mas por dentro? Ah, por dentro estamos em pânico. 😱 Estamos secretamente a pensar, "O que é que eu fiz?" enquanto vemos outros tutores de cães a lançar bolas no parque para os seus golden retrievers, super lindos e obedientes. Sabes do que falo, não sabes? Daqueles que nem hesitam em trazer a bola de volta, em vez de fugirem na direção oposta. 🙈 Enquanto isso, tu estás a tentar evitar que o teu cão ataque outro cão com o dobro do tamanho, ou a ser arrastada rua abaixo a perguntares-te onde é que tudo correu mal. 😓
E depois vêm os conselhos não solicitados. Ah, os conselhos... “Só precisas de mostrar quem manda,” diz o tipo que uma vez viu metade de um episódio de um (mau) programa de treino de cães. “O problema não é o cão; é o dono,” diz o teu vizinho, que, a propósito, também acha que precisas cortar a sebe mais frequentemente e aparar os cantos do relvado para ficarem iguais aos dele. 🤭 Tudo isto enquanto estás à beira de uma crise existencial. Mas mantemo-nos caladas. Não queremos admitir que, às vezes, gostaríamos de poder voltar atrás no tempo e, talvez, só talvez, não ter escolhido o cão que parecia tão "perfeito" no canil. 😭
Mas aqui é que está o problema, guardar tudo para dentro não ajuda! Na verdade, piora tudo. É como tentar abrir uma garrafa de champagne depois de algum esperto a agitar furiosamente sem ela explodir para a tua cara, roupa e toda a divisão onde te encontras 🍾 A pressão aumenta, e antes que dês por isso, estás a descarregar no teu cão, no teu parceiro, no carteiro, e em qualquer um que cruze o teu caminho. É aí que percebes que algo tem de mudar e não é só o cão. 🥲
Então, decides ir à procura de informações, nos livros, nos gurus do Youtube, 📽️ blogs, fóruns. Descobres que o teu cão não é um "cão mau"; ele está simplesmente a lidar com medo, ou ansiedade, ou talvez com o fantasma de um trauma passado. Lentamente, percebes que o problema não é só o cão, e não és só tu, é a forma como tens visto e lidado com toda a situação. 🤩
Começas a ver o teu cão, não como um problema a ser resolvido, mas como um parceiro nesta jornada caótica que é a vossa vida. Tens mesmo de ser a chefe, ou podes ser apenas a parceira do teu cão? E se, em vez de exigir obediência, começasses uma conversa? E se, em vez de apenas esperares que o teu cão te ouça, começasses a ouvir o teu cão? 😉
É aqui que surge o verdadeiro desafio, repensar toda a tua abordagem de viver com um cão. Isto para não falar num registo histórico que nos acompanhou ao longo de toda a nossa vida, passada ao longo da história de pais para filhos! Que o cão não é um objeto, que estar no quintal é o suficiente para ele “espairecer”, que não se trata de ser o alfa ou o líder da matilha (ai, nem me façam começar com este conceito desatualizado e completamente incorreto!). Trata-se de ser uma parceira compassiva acima de tudo! 🥰
Mas com essa nova consciência vem a culpa. Ah, a culpa! Culpa de como trataste o teu cão antes de saberes mais. Culpa por não conseguires sempre satisfazer as suas necessidades, porque, sejamos honestos, tu também tens as tuas e nem sempre são compatíveis. Começas a questionar se o teu cão te ama, ou se está simplesmente ligado a ti por um vínculo de trauma, uma espécie de síndrome de Estocolmo com pelo?! 🤯
E então, quando pensas que já tens tudo resolvido, és atingido por outra revelação: a perfeição é um mito. 😬 Nunca haverá um cão perfeito, um "tu" perfeito, ou uma relação perfeita entre os dois. E está tudo bem. Está muito mais do que bem — é libertador!
Aprendes a abraçar a dualidade da vida com um cão. É difícil, mas é lindo. É frustrante, mas é gratificante. É uma maldição, mas também é uma bênção. E nessa aceitação, encontras a paz, não só com o teu cão, mas contigo mesma. Nessa paz, ganhas a motivação necessária para criares pequenas mudanças e vitórias, porque agora não tens pressão nem expectativas.
Então, brindemos aos cães que nos desafiam, aqueles que viram as nossas vidas do avesso e nos obrigam a ver o mundo, e a nós mesmos, de uma nova forma. Eles podem não ser os cães que esperávamos, mas quase sempre são precisamente os cães que precisávamos 🤭
E talvez, só talvez, nós sejamos os humanos que eles precisavam também 😉